Novo pedido confirma sucesso das plantas de areia de brita a seco da Metso
A restrição ambiental aos tanques de decantação mineral, quando somada ao mercado cada vez mais restrito para extração de areia natural, pode gerar vários resultados, e o mais positivo deles é a maior demanda por plantas de produção de areia artificial a seco. É o que constata a Metso. E a multinacional finlandesa embasa a máxima em diversos casos de sucesso recentes no Brasil, incluindo o mais novo deles, na Pedreira Lajeado, em São Paulo, onde a planta de produção de areia manufaturada a seco está em fase de implementação para iniciar a produção de 70 toneladas por hora em outubro deste ano.
Segundo Marcelo Motti, principal executivo da Metso no país, a produção de areia manufaturada em pedreiras comerciais é realidade em várias regiões do país e tende a crescer em função das dificuldades impostas pelos órgãos de gestão ambiental aos produtores de areia natural. “Por isso, é uma satisfação confirmar que recebemos mais esse pedido da Pedreira Lageado, que tem como princípio fornecer agregados de alta qualidade ao mercado através do investimento em uma planta Metso capaz de transformar o pó de brita – que é um produto de baixo valor agregado – em um produto nobre”, afirma o executivo.
André Luís Misael, Gerente de Vendas da área de agregados da Metso e envolvido na implantação na Pedreira Lageado, acrescenta que esse tipo de configuração é relativamente novo no país e tem avançado contra a dificuldade de implantar sistemas de produção de areia manufaturada a úmido, com hidrociclonagem. “Afinal, a aprovação de barragens para tanques de decantação tem sido severamente avaliada pelos órgãos ambientais depois dos últimos acidentes minerais”, diz.
Configuração à seco
Assim, retoma Marcelo Motti, o processo à seco, que é a melhor configuração tecnológica disponível no mercado atualmente, ganha espaço. O vice-presidente da Metso destaca que o processo é composto por um moinho autógeno (Barmac), cujo objetivo é melhorar a cubicidade do material, o deixando em formato muito similar ao encontrado nos grãos de areia natural.
A produção de areia manufaturada a seco é finalizada por classificador a ar (Air Classifier), algo que Motti denomina como o “coração do processo” e que é instalado logo na sequência do Barmac. “Trata-se de um equipamento dotado de filtro de manga, usado para retirar o filler do classificador a ar”, explica.
A produção do Barmac associado ao Air Classifier, segundo André Misael , gera condição ideal para os produtores de concreto, que podem, por sua vez, reduzir o consumo de água e cimento em suas misturas usando areia de alta qualidade. “Afinal, a areia manufaturada de boa qualidade é produzida numa curva granulométrica estável, diferente da areia natural que tem curva menos homogênea”, avalia.
Nova planta
Na Pedreira Lageado, onde essa configuração está sendo implantada a exemplo de outras pedreiras de diferentes produtores que já operam sistema similar no Brasil e no mundo, há sensores para conduzir a produção desde os transportadores de correias até a entrega final da areia manufaturada. Misael conta que há ainda a integração do sistema a uma balança do produto final, integrando a ideia de monitorar e gerar relatório dos equipamentos com dados sobre disponibilidade operacional, manutenção, alarmes de ocorrências, etc.
“A nossa oferta de novas plantas sempre congrega a automação para garantir a produtividade máxima nos clientes e ainda possibilitar reduções de custos, pois, por exemplo, a planta de areia manufaturada pode usar somente um operador na verificação/vigilância do sistema todo ao invés de dois ou três operadores, como ocorre no processo totalmente mecânico”, diz Misael.
Ele finaliza que a automação para plantas de britagem da Metso usa tecnologia própria criada na Finlândia, mas com software totalmente customizado na unidade brasileira da Metso, em Sorocaba, e hardware adquirido igualmente no mercado local.