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Press release março 7, 2022

Mulheres também estão em campo na mineração

A mineração ainda é uma atividade masculina no Brasil segundo a iniciativa Women in Mining, um fórum que estimula a equidade de gênero mundialmente e está ligado ao Ibram aqui no país. Em média, as mulheres representam apenas 13% dos profissionais. E é provável que a maior parte delas esteja restrita aos escritórios das mineradoras e empresas que atendem o segmento. Mas não é a regra para pelo menos as profissionais da Metso Outotec que atuam diretamente em campo e serão destaque por aqui: Franciely Santos, Raiane Rolim, Patrícia Lima, Aline Dornas e Caroline Raymundo.

Mulheres também estão em campo na mineração

“O campo é uma panela de pressão”

Técnica em segurança do trabalho, Franciely Santos comemora a fase atual em que trabalha em turnos de quatro dias e descansa outros quatro. A atividade acontece diretamente numa das maiores minas do Brasil e num ambiente majoritariamente masculino, o que ela já está acostumada. O trabalho em turno deu a ela mais tempo para ficar com a filha, Ana Flor, de quase quatro anos. Franciely comemora o momento e acredita que a menina vai viver num mundo melhor em termos de equidade de gênero. Provavelmente Ana Flor nunca ouvirá o que a mãe escutou no passado: que ela entendia mesmo era de “panela de pressão”. Em vez de se retrair, Franciely usou a ofensa para se aprofundar ainda mais no conhecimento técnico e vem usando isso como requisito para se posicionar em campo. Como vários profissionais, ela precisou focar suas atividades em home office, mas não se adaptou facilmente, ela sente mesmo que sua casa é em campo, na planta, na operação, mesmo em turnos noturnos, que vão das 19h às 7h da manhã. Graças à prioridade de segurança que as mineradoras tem como foco, as atividades de Franciely ficaram ainda mais destacadas, ao acompanhar desde o uso correto de EPIs até os novos protocolos contra a disseminação da Covid-19.

 

“Filha de Parauapebas”

Raiane Rolim define-se como uma filha de Parauapebas, cidade paraense que cresceu fortemente associada à mineração. Nascida no local, ela trabalha desde os 18 anos na área de mineração, quando entrou na Vale e onde permaneceu por quase oito anos. Depois passou outros sete numa empresa do segmento e está há um ano na Metso Outotec como especialista técnica de vendas. Sua jornada diária envolve visitas a clientes às plantas do cliente, o que ocorre sempre depois de organizar a ida dos dois filhos – de 7 e 10 anos – para a escola. Raiane destaca a confiança que seu gestor tem em suas atividades e comenta que estuda continuamente para apresentar uma melhor solução para ferramentas de penetração de solo (FPS) aos clientes. Com treinamentos e busca constante por novos conhecimentos, ela além de trazer soluções que se adequam mais as necessidades dos clientes, acompanha e monitora o consumo desses componentes que são utilizados em equipamentos, como por exemplo as escavadeiras de grande porte. “Estou sempre presente nas minas, para saber o que está acontecendo, verificar o cenário operacional e manter as melhores soluções de desgaste para nossos clientes”, resume.

 

“Arrumada demais para a função?”

Patrícia Lima tem várias facetas. Formada em psicologia, fluente em inglês, ela foi mãe jovem e desenvolveu uma carreira no setor técnico, mas em áreas administrativas. A mudança para atuar em campo veio com a fusão da Metso Outotec e Outotec, o que a colocou no desafio de atender um grupo de clientes de pequenas e médias mineradoras. Como gosta de se vestir bem e não abre mão da maquiagem, chegou a se perguntar se talvez sempre estivesse arrumada demais para a função em campo. Tem usado isso a seu favor, já que não vê problemas em trocar o salto alto pela bota de segurança e apresentar-se com o mesmo profissionalismo e dedicação que fazia apenas dentro do escritório.  Assim como Raiane, Patrícia investe em conhecimento: estuda os clientes para entender suas principais necessidades antes de cada visita e pratica a arte de ouvir – antes muito mais presente no consultório enquanto psicanalista - o que a ajuda a compreender melhor os problemas e propor soluções. Ela nos conta que, antes da fusão, não tinha ainda identificado sua habilidade para as vendas técnicas e visitas em campo e que seu background em psicologia e marketing tem ajudado muito na comunicação e atendimento aos clientes, além do apoio da sua gestão e da sua nova equipe. “Em nenhuma das minhas visitas senti desrespeito. Estou atuando em uma área nova e buscando a cada dia mais me qualificar. O sentimento inicial de mudança por estar em campo, não vem do fato de eu ser mulher, mas pela novidade da situação”, resume.

 

“Entrega que é importante, e não gênero”

Aline Dornas é responsável pela gerência de segurança em contratos de longo prazo da Metso Outotec, também conhecidos pela sigla de LCS. A engenheira atua há 15 anos com segurança do trabalho e meio-ambiente, dos quais 11 anos em mineração. Ela iniciou a carreira como técnica de segurança do trabalho e avalia que, no seu setor, a equidade de gênero é uma realidade, pelo menos em termos de participação na equipe, pois dos 16 profissionais que lidera, metade é composta de mulheres. Sem generalizar, ela aponta o lado diplomático de suas companheiras de função como uma das características que ajudam no dia a dia difícil da mineração em campo. As atividades diárias a colocam diretamente na planta do cliente e, com a pandemia, precisou se reinventar, com a adoção de lives para a orientação da equipe e troca de ideias com os clientes. Com a volta das visitas em campo, sempre seguindo os protocolos de prevenção e proteção, Aline também retomou os diálogos presenciais com a equipe e com toda operação nos contratos. Para ela, a alocação dos profissionais não depende de gênero, mas sim de ter a pessoa certa no local certo. “Há contratos mais complexos e algumas vezes a capacidade de negociação torna o contato com o cliente mais gerenciável”, explica. “A entrega que é importante, e não o gênero”.

 

“Várias desistem porque é realmente difícil”

Caroline Salles Raymundo é uma pioneira na sua área. A engenheira de produto assumiu a área de assistência técnica da Metso Outotec como a primeira coordenadora atuando como suporte técnico em campo. Mas ela conhece esse ambiente masculino desde a época de faculdade, quando três de suas colegas desistiram do curso. Caroline avalia que várias mulheres desistem porque é difícil enfrentar um ambiente hostil antes mesmo do início da carreira profissional. É preciso suporte e incentivo. Caroline se inspirou na figura do pai, um profissional de referência que atuou por mais de 40 anos na área técnica dentro da mesma empresa. A base de avanço de Caroline na sua carreira é o conhecimento técnico acumulado. Antes de migrar para a assistência técnica, ela fez parte da engenharia da Metso Outotec, o que proporcionou grande conhecimento dos detalhes de equipamentos, peças e componentes, além de ter uma visão completa da tecnologia das soluções. A grande mudança foi sair do ambiente de escritório e acompanhar os equipamentos operando. O relacionamento que construiu com as equipes de campo também faz a diferença agora que ela é parte deles. “Na assistência técnica sempre há um problema que a gente ainda não presenciou, então não existe rotina”, explica. Embora acredite que a equidade começa a ser uma realidade na mineração, Caroline avalia que a área de agregados minerais pode melhorar nesse quesito. Seu recado para outras mulheres que tenham a intenção de entrar na mineração é claro, acredita que apesar das dificuldades, o espaço existe e deve ser conquistado.

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