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Mineração
mar 21, 2022

A inovação como aliada para atingir os KPIs da mineração

O painel mediado por Marcelo Motti, Vice Presidente de Serviços Metso Outotec Brasil, fala sobre como a indústria mineral é complexa e envolve milhares de atividades desde a mina até o porto. Uma maneira eficaz de garantir uma melhoria contínua das operações é estabelecer indicadores-chave de desempenho (KPIs) e, em seguida, monitorar e medir seu desempenho em relação a eles.

Este painel conta com a presença de Carlos Barbosa, Diretor de Tecnologia e Inovação da Riuma Mineração; Claudio Muñoz, Diretor de Usina Minería Escondida; Edmundo Mares, Diretor Executivo e Consultor Sênior de Gestão de Ativos; e Luis Rivera, Vice Presidente Executivo para as Américas, Gold Fields Peru.

É possível nomear os principais KPIs que se definem neste sentido de uma mineração cada vez mais inovadora e em ambiente competitivo?

Carlos Barbosa: Em relação aos KPIs, em uma visão macro, gosto de focar nos recursos energéticos que já temos em nossa operação. Ou seja, o uso de energia elétrica, diesel e recursos humanos. Com isso, controlamos os megawatts por tonelada produzida, o litro de diesel por tonelada produzida e a tonelada produzida por hora trabalhada. Esses são os principais números que controlamos para verificar se nossa operação é eficiente. Não menos importante é o acompanhamento dos KPIs relacionados com a manutenção de todos os equipamentos móveis e fixos, disponibilidade física e mecânica e, sobretudo, o custo por hora de operação destes equipamentos. Por fim, também destaco a importância de manter a equipe alinhada com a importância de verificar esses índices, supervisionar, interpretar e apresentar soluções que sejam aplicadas e nos tragam resultados.

Claudio Muñoz: Os KPIs não geram mudanças isoladas. Por exemplo, em termos de segurança, produtividade, custos, satisfação dos clientes se mantiveram. O mais importante sobre a inovação é como olhamos para esses KPIs. Por exemplo, em termos de segurança, como a inovação trabalhará para a segurança das pessoas e o ambiente de trabalho. Como evitamos acidentes. Em termos de saúde mental, por exemplo. Sempre pensamos na saúde física, mas a saúde metal também é muito importante.

Para a saúde mental, é preciso pensar em como estabelecer tecnologias inovadoras para poder identificar quem está com altos níveis de estresse no ambiente de trabalho.

Em termos de saúde física, o monitoramento das condições biomédicas também pode ser muito importante para melhorar esse KPI tão relevante.

Em termos de produtividade, a inovação também é desafiadora para sermos mais produtivos. Parte da carreira em termos de eficiência operacional está relacionada aos custos, mas há um componente importante associado à produtividade.

Se aplicarmos a inovação, o KPI de produtividade deve melhorar de forma consistente e nos colocar em posições importantes e eficientes em nível mundial.

Sem dúvida, o custo, como já disse, é outro KPI clássico que continua sendo desafiado pela inovação. Isso está muito relacionado à forma como renovamos os insumos, como energia, água, os meios de moagem; a otimização do consumo de insumos críticos é fundamental.  A inovação nos ajuda a seguir avançando com os KPIs.

Finalmente, a satisfação do cliente. No mundo de hoje, o cliente já não é só a fundição, a fábrica que processa nossos produtos. Hoje o cliente também é aquele que usa o Takeover, ou os recursos minerais que extraímos. E também precisa saber como produzimos.

Por isso, é importante que a inovação nos permita nos aproximar dos clientes e receber feedback praticamente em tempo real, como ocorre com a operação, e saber como contribuímos com o desenvolvimento sustentável.

Então, eu diria que os KPIs não mudam se não tivermos um olhar considerando a inovação e como ela alavanca cada um deles.

Edmundo Mares: Primeiramente, definirei um cenário para responder a essa pergunta. Na mineração, os KPIs são trabalhados com base nos processos que estamos conduzindo, sempre com a finalidade de ter resultados rentáveis para o negócio.

Tudo começa com as estratégias que cada negócio na área da mineração terá devido às suas vantagens competitivas, cooperativas e as estratégias definem isso tudo. Nesse contexto, as estratégias são apoiadas ou impulsionadas pelos processos e eles são projetados para garantir que as estratégias sejam apoiadas solidamente com base nessa boa definição e boa gestão de seus processos.

As organizações precisam estar também em sintonia com os processos, e as equipes das organizações também precisam estar com seus papéis muito bem definidos para que as organizações possam operar esses processos de forma ideal.

Nesse cenário, digamos que na área de processos temos os famosos KPIs que fazem com que as estratégias que precisam ser definidas, no período de um a cinco anos, sejam alcançadas pelas operações da mineração.

Os indicadores de gestão precisam ser prospectivos e retrospectivos. Os retrospectivos são os resultados alcançados; já os prospectivos são os que nos permitem gerenciar os resultados dos processos. É por isso que esses indicadores são muito valiosos e precisam estar conectados à tecnologia para que possamos interagir com eles a tempo para que possamos alcançar os resultados do processo final.

Para concluir, nesse contexto, os indicadores de KPIs que utilizamos na mineração dependem dos processos que cada empresa quer impulsionar em seu plano estratégico. Eles precisam ser definidos para que possam ser alcançados. Os indicadores financeiros são importantes, assim como os operacionais, de segurança. Nos operacionais, temos os de manutenção e os de operações, na produtividade dos equipamentos que estão conectados por meio do gerenciamento de ambos na questão da operação.

Luis Rivera: Acredito que ao construirmos as inovações de forma muito clara, a indústria, de forma geral, que nos últimos anos têm feito muitos relatórios, inclusive relatórios internos, não fazia isso no passado.

Considerando nosso campo de trabalho e os países nos quais atuamos, e considerando a natureza das nossas atividades. Então, ao mencionar rapidamente o que são os relatórios, eles estão muito ligados principalmente a saúde e segurança. Nossos indicadores principais que são hoje conhecidos como Leading Indicators, indicadores proativos e não mais reativos, como era no passado. Os novos indicadores que surgiram nos últimos 4 anos estão ligados à sigla inglesa ESG (ambientais, sociais e de governo) e são o que hoje dita as pautas dos relatórios internos e externos.

Os relatórios clássicos de produção são mantidos e neles temos muitos KPIs conhecidos da indústria, já de 30 ou 40 anos, ligados a processos de produção, sistemas de manutenção. E, por fim, há o que chamamos de relatórios financeiros, há padrões globais a serem usados por empresas de todo o mundo no ocidente ou que precisam entrar no mercado ocidental, como Estados Unidos e Austrália.

Então, há uma tendência de haver relatórios transversais, através dos territórios e da linha de produção nas atividades de mineração.

Quando se trata de um ambiente operacional sem ativos de ultima geração, e buscando operar com mais eficiência e menos custos, quais são as áreas da produção mais desafiadoras no seu dia a dia?

Carlos Barbosa: Essa pergunta é muito pertinente em nosso setor. A maioria das empresas do setor de agregados são pequenas empresas, às vezes familiares. O mercado atual exige que essas empresas cresçam, e não é possível crescer sem ser eficiente. Não basta produzir muito, é preciso produzir com eficiência. De fato, o uso de tecnologia nessas empresas ainda é muito precário. Talvez pela transição dessa gestão familiar, que pode estar em sua segunda, terceira ou quarta geração, e também pela dificuldade de aplicar toda a tecnologia disponível hoje no mundo para essa operação. Considero muito importante para o sucesso desta aplicação que o empresário entenda a importância do uso desta tecnologia na linha de produção. Além de contar com o apoio de profissionais capacitados para que possam analisar essa tecnologia e escolher aquela que lhes dê o melhor resultado. Com isso, as pedreiras podem melhorar sua eficiência produtiva, principalmente atendendo à demanda por agregados, que oscila muito em termos de volume e também de tipo de produto. Muitas vezes temos que aumentar ou diminuir a produção, fazer o produto X ou Y e, ao mesmo tempo, manter a eficiência. Este é um grande desafio e a tecnologia é uma aliada das nossas empresas. 

Claudio Muñoz: No atual cenário, todas as minas enfrentam desafios, assim como as plantas de processamento. A cadeia logística também enfrenta desafios importantes; nesse cenário de pandemia, a logística tem sido extremamente complexa, todos os processos foram atingidos. Isso tudo nos obriga a pensar de forma diferenciada. Acredito que o principal desafio não mudou em termos de que a integração da cadeia de valor em tempo real é muito desafiadora. Como maximizar a cadeia de valor? Passar de um processo de mineração, que é um processo feito em “lotes”, a um processo contínuo, manter o fluxo de informações e maximizar o retorno com essa informação é o que deve nos motivar a desafiar por meio da inovação.

Outro desafio importante está relacionado ao desenvolvimento da cultura de risco para as pessoas e equipamentos de trabalho.

Eu diria que não existe um único processo que seja mais desafiador que outro, mas sim que todos estão enfrentando desafios e a nossa função é integrar isso tudo e ver como podemos maximizar o benefício total.

Edmundo Mares: A norma ISO 55000 e todos os padrões internacionais que estão saindo com relação à gestão de ativos, desde o projeto até a obsolescência e retirada dos equipamentos e ativos de uso na operação, em cada uma dessas etapas, estão gerando indicadores também para que, nesse ciclo de vida, o investimento seja otimizado. Que se gaste somente o necessário, o ideal, e obtenha-se o máximo possível de benefício do produto , da rentabilidade do investimento nos ativos. Entre eles estão também as questões de padronização de ativos, da tecnologia aplicável, a atividade, os processos etc. Em geral, os indicadores de gestão de ativos precisam abarcar todo o ciclo de vida, desde a ideia, da concepção de um projeto de mineração até a sua implementação, operação e manutenção, chegando à obsolescência e retirada do equipamento.

Em cada uma dessas etapas é preciso incluir indicadores de gestão. Outra coisa importante é que a tecnologia está causando impacto nesse universo de indicadores de gestão. Antes procurávamos gerenciar com base em resultados e o resultado final indicava o que estava acontecendo, se estava acima ou abaixo ou ainda muito variável, se havia controle ou descontrole nos ranques de variabilidade. Agora é preciso antecipar-se, ou seja, buscar indicadores alinhados e proativos que nos permitam tomar ações para controlar o resultado e poder alcançar a meta necessária.

Esse é o ponto de ruptura do que se denomina inclusão tecnológica, que está se desenvolvendo e nos próximos 15 a 20 anos a tecnologia obviamente impactará a gestão dos ativos.

Luis Rivera: O que vemos, nos últimos anos, na indústria da mineração é o crescimento do conceito de manejo ou administração de ativos, ou seja, Asset Management. Nele, o ativo já é visto de forma integral, não somente seu estado atual, mas seu estado anterior e futuro, além dos efeitos que esse ativo tem dali para frente.

Então, os conceitos clássicos de manutenção, disponibilidade, produtividade em geral estão sendo ligados a indicadores, por exemplo, de TCO etc. Hoje, quando compro um caminhão para mineração ou um produto para ser usado na mineração, como um triturador ou um moinho, o faço também pensando em uma disponibilidade e uso, e também no valor que será agregado por esse equipamento em termos de tempo e custos. Isso envolve a confiabilidade, conforme já mencionado.

Acredito que estamos diante de conceitos de indicadores passivos, o que conhecemos como Asset Management, não temos uma boa tradução para esse conceito em língua espanhola.

Como a Mineração 4.0 pode ajudar a encontrar os KPIs para a inovação sustentável?

Claudio Muñoz: A inovação sustentável está ligada à inovação disruptiva, algo diferente do que consideramos com uma inovação clássica, como as grandes mudanças de processo, como há mais de 100 anos surgiu o processo de flotação ou os procedimentos para minerais oxidados, e os processos piro metalúrgicos, que no Chile também foram inovadores em meados do século passado. Essa inovação é disruptiva e precisamos continuar motivando-a, investindo nela, e compreender que a inovação é um processo de tentativa e erro. E muitas vezes teremos mais erros que acertos. Mas, quando tivermos acertos, mudaremos completamente a maneira de fazer as coisas.

Acredito que este seja um momento crítico devido às questões de desenvolvimento sustentável, que hoje são uma exigência. É preciso sempre focar na questão de energia. A indústria da mineração usa muita energia, tem alto consumo de água. Algo que pode ser melhorado com o uso de água dessalinizada. Porém, é preciso continuar buscando outras tecnologias que sejam ainda mais disruptivas.

Acredito que um assunto muito interessante que está vindo com força é a geração de resíduos. Se quisermos ser sustentáveis, precisaremos inovar também no que fazemos com os resíduos. Isso deve acontecer desde o início do projeto, a geração do produto, até quem usará o produto. É preciso pensar em transporte inteligente, em sistemas que nos permitam reutilizar componentes, o conceito da economia circular é algo muito importante. Acredito que deveremos seguir essas inovações, deixando de ser um setor que gere muitos resíduos e passar a dar novo destino àquilo que geramos.

Outro ponto importante, agora relacionado a uma inovação complementar, ou seja, aquela que acontece no dia a dia, conforme os objetivos de trabalho. Nós que fazemos parte do universo da mineração temos que motivar esse pensamento inovador em nossas equipes. É preciso criar os espaços para que possam fazer a pergunta “o que acontece se”, dando espaço para que nossas equipes façam essa pergunta e dando a elas espaço para que busquem a resposta. E que não seja somente fora da caixa, podemos buscar dentro, fora, ao redor da caixa; é preciso permitir que as pessoas tenham esse sentimento de inovação. Esse é um exercício de liderança muito importante e que é parte da melhora contínua e um processo de grande valor de liderança visando a inovação.

Edmundo Mares: Entrarei novamente no assunto de prospectivos, os KPIs de liderança. Há 20 anos falávamos sobre a melhora de processos, mas sempre com base em resultados, usando inclusive uma série de metodologias para a melhora dos processos.

Sem dúvida, buscávamos a melhora dos resultados dos processos e trabalhávamos com base nas variáveis que produziram tais resultados. Fazíamos o monitoramento, com algum atraso, essas variáveis e/ou indicadores.

Hoje, o monitoramento on-line dos processos operacionais, da condição dos equipamentos, permite-nos coletar novamente as informações em tempo real e em grande quantidade para tomar decisões não somente pelas pessoas, mas também pelos equipamentos. Essa é a disrupção da tecnologia na gestão dos processos e para impactar diretamente os indicadores. Por outro lado, temos as pessoas. Nunca poderemos deixar de colocar as pessoas nessa equação. As pessoas terão que se adaptar, pois, o que tradicionalmente acontece, é que a tecnologia se adapta às tradições da mineração. Mas hoje, se quisermos dar um salto qualitativo, acredito que as pessoas terão que se adaptar às tecnologias. Por exemplo, o que está acontecendo agora em locais que operam praticamente apenas com caminhões autônomos; esse é um primeiro passo que está sendo viabilizado graças à velocidade com que as informações são transmitidas e também graças à capacidade de processamento dessa informação.

Logo, esses fatores estão começando a criar uma nova forma de viver na mineração. No futuro, isso deve se expandir, como as operações remotas. Já há indícios que tudo será feito à distância, o que chamamos de “operações sem supervisão” significa que, fisicamente, os operadores ficarão em centros distantes das operações, ou seja, as operações de mineração terão menos pessoas em campo, mas haverá pessoas conectadas remotamente para as operações.

As equipes de manutenção também deverão começar a ter a capacidade de compreender isso, porque uma coisa é manusear o equipamento com a tecnologia atual e outra coisa é manusear o equipamento com tecnologia eletrônica, de processadores, computadores etc. Tudo passará por uma revolução; tudo vai mudar e a velocidade será exponencial. E o desafio da mineração peruana, em nosso caso, é que as pessoas precisam se adaptar rapidamente a essas tecnologias.

Sob a perspectiva das comunidades, da nossa integração com o meio ambiente, é outra questão que precisa ser identificada e respondida para que vejamos como essa interação entre a mineração e as comunidades, um tema muito atual, permitirá que isso flua e flua de forma positiva. Isso porque sempre buscamos dar oportunidades às comunidades. E a questão da tecnologia nos colocará em uma situação diferente, que teremos que responder para ver como essa mudança tecnológica e essa forma diferente de trabalhar irão ao encontro dessa necessidade e como ela será resolvida.

Em geral, a tecnologia causará sim um impacto, porém depende de nós como, em curto prazo, nos adaptamos a ela e fazemos o que é necessário. E incorporamos toda essa onda que vem a curto prazo para que os KPIs que estamos buscando, os prospectivos, funcionem para controlar a nossa produção e que, finalmente, tenhamos os resultados estratégicos que satisfaçam nossa busca.

Carlos Barbosa: A mineração 4.0 contribuirá para a exploração sustentável porque trará eficiência ao setor produtivo. Exigirá uma capacidade de investimento por parte da empresa, e para isso é necessário que haja convicção técnica dos resultados, haverá mudança no layout da operação, na maioria das vezes, e treinamento de o pessoal. Mas os resultados são infinitos. Esta máquina estará conectada ao setor de produção, fornecendo dados operacionais, e também ao setor de manutenção. Podemos extrair todos os dados operacionais e disponibilizá-los para a gestão de manutenção e produção. Esses dados também são enviados pela nuvem ao fabricante para que eles possam nos ajudar melhor com material de desgaste ou conselhos sobre como melhorar o desempenho dessa máquina, e essa máquina também pode se conectar a outras máquinas dentro de nossa operação. O maior desafio para um gerente de operações é trabalhar com a equipe em sua máxima eficiência produtiva. Um equipamento conectado a outro equipamento, neste caso um triturador conectado ao seu alimentador, garantirá que esta máquina esteja sempre trabalhando com seu máximo desempenho e proporcionando os melhores resultados para a empresa. Aproveito para mandar um abraço a todos os empresários do setor, principalmente do nosso setor de agregados, pois são pessoas resilientes, que sobreviveram e sobreviverão a esse mercado.

Luis Rivera: Continuando o que estava dizendo, a Mineração 4.0, a digitalização, a conectividade, a automatização e a robotização, definitivamente levarão a uma mudança enorme nos KPIs. Primeiramente nos KPIs internos, aquilo que reportamos no interior da indústria. Um exemplo típico é o caminhão para mineração. Há alguns anos, as balanças já eram reportadas automaticamente por um sistema de base que reportava os pesos. Até mesmo a velocidade do caminhão pode ser controlada por um TKPH. E, com isso, podemos controlar a vida útil dos pneus, como ocorre também em outras áreas.

Numa situação assim, há uma automatização da decisão e, portanto, o indicador. Um TKPH alto não é necessariamente sinônimo de uma gestão ruim, mas sim de que o sistema não está funcionando de forma adequada.

Nas plantas, a automatização pode ser, por exemplo, os sons dos moinhos, devido aos microfones que podem ser instalados. Há poucos anos, isso era algo muito distante, mas hoje posso condicionar a velocidade do moinho com base no ruído ou nos sons que ele pode emitir durante os processos.

Então, é fato que os KPIs precisarão ser atualizados com a vinda da Mineração 4.0. Mas também há os KPIs externos. A transparência da atividade aumenta a cada ano graças à demanda da sociedade. Exige-se clareza nos relatórios. Hoje, em alguns setores, já se solicita o uso de sensores digitais conectados diretamente à autoridade ambiental nas chaminés, ou para evitar a fuga de gases na fundição, e provavelmente já há coisas semelhantes em diversas outras indústrias, algo como o monitoramento das águas. Nesses casos, a digitalização já permite esse tipo de reportabilidade e emitir tais leituras diretamente para a autoridade e de forma instantânea.

Tudo isso causará mudanças e é dinâmico. E até onde isso vai? Pessoalmente, não sei bem. Nos próximos anos ainda há muito a ser feito. A Covid acentuou ainda mais essas mudanças e, possivelmente, dentro de 2 a 3 anos teremos uma nova realidade e também novos KPIs serão definidos.

Essas entrevistas fizeram parte dos painéis do Fórum Sul-Americano Metso Outotec que reuniu esses e outros importantes profissionais da mineração do Brasil, Chile e Peru. Encerrando as entrevistas, Cristian comenta que não há dúvidas de que estamos vivenciando uma mudança cultural no setor, no qual todos somos responsáveis por assumir um protagonismo e impulsionar essa mudança tão importante. Esse é um ponto crucial para o desenvolvimento da mineração.

O vídeo da gravação do painel pode ser visto aqui em nosso canal do YouTube: A inovação como aliada para atingir os KPIs da mineração - YouTube 

Veja o vídeo
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Painel sobre Inovações para atingir os KPIs durante o Fórum Sul-americano Metso Outotec. Carlos Barbosa, Diretor de Tecnologia e Inovação da Riuma Mineração.
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