A primeira planta móvel para produção de remineralizadores acaba de sair das planilhas da Metso para o mundo real. Montada em carreta de 20 metros de comprimento, o conjunto inclui silo, peneira vibratória e britador de rolos. Com ele, o primeiro cliente – um grupo produtor de agregados do interior de São Paulo – deve transformar o pó de pedra acumulado em suas seis pedreiras – em remineralizador. Resumindo: ela deixa de ter um passivo acumulado para oferecer o pó de pedra dentro das especificações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na recomposição mineral de solos.
A mobilidade – algo que pudesse ser deslocada nas rodovias sem o auxílio de batedores – foi a principal exigência do cliente da Metso. Usando a planta móvel, ele pode deslocar a usina para cada uma das seis pedreiras que opera. Comercialmente, a empresa está mirando no mercado de agrobusiness do noroeste de São Paulo incluindo a fronteira agrícola de Minas Gerais e Mato Grosso. Como é comum em processos de aprovação no Mapa, o produtor de agregados já testa o uso do remineralizador fabricado com sua rocha basáltica em quatro áreas e compara os resultados com o uso de fertilizantes NPK tradicionais.
O uso de pó de rocha na recomposição de minerais é visto como um processo complementar a utilização de fertilizantes tradicionais e pode reduzir os custos desse processo e ainda melhorar as condições dos solos. O processo, regulamentado desde 2016, também abre uma nova frente para os produtores minerais, como é o caso do desta mineradora de agregados que utilizará a planta móvel para remineralização ou rochagem como também é conhecida.
Usinas de açúcar e álcool devem ser principais usuários do remineralizador
"Nosso cliente já definiu comercialmente seu alvo, com destaque para as usinas de açúcar e álcool das regiões de suas pedreiras e também está seguindo os trâmites de aprovação do Mapa", explica Luiz Oliveira, especialista de vendas da Metso. "Nosso papel foi desenvolver uma solução técnica e economicamente viável, que é a usina móvel de remineralização", complementa. Segundo ele, o projeto envolveu várias fases de consulta e visitas, mas com a vantagem de o produtor de agregados já ser um cliente regular da Metso, tanto em equipamentos como em serviços.
Além do conjunto de silo, peneira vibratória e do britador de rolos de alta pressão modelo HRC, a usina móvel pode ter acoplada ainda um gerador de energia. O equipamento adicional pode ser acionado em horários de pico de consumo, reduzindo os custos operacionais do produtor de agregados. Tecnicamente, a Metso já tem experiência em "empacotar" usinas de britagem e peneiramento em conjuntos móveis. No caso da nova usina, uma das adaptações foi o sistema de abaixamento e travamento da peneira, atendendo às normas de altura para transitar em rodovias.
O coração do processo será o HRC, responsável pela transformação da "montanha de pó de rocha" em remineralizador, ou seja, um produto com granulometria abaixo de 2 mm. Combinado com a peneira vibratória tradicional, a britagem de alta pressão controlada, vai permitir a produção constante do remineralizador com granulometria esperada inferior a 1,5 mm. Além do menor porte, as peneiras vibratórias convencionais exigem uma manutenção menos complexa e permitem – com a mudança de telas – o processamento de areia de brita ou industrial, outro subproduto possível a partir do pó de rocha.
"Conseguimos montar uma solução que atende o cliente, combinando nossa experiência de campo em agregados e nossa expertise em engenharia. Todo o projeto foi apresentado em 3D, o que facilitou a aprovação da usina móvel", detalha Luiz Oliveira. A planta deve ser engatada num cavalo mecânico até junho desse ano e seguirá para o interior de São Paulo, inaugurando um novo modelo para o mercado de agregados.