Explorando essa temática mais a fundo, é crucial compreender o papel das mineradoras de agregados na produção de Remineralizadores. Algumas dessas empresas já processam rochas com teores químicos alinhados aos requisitos da Instrução Normativa IN5/2016 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Portanto, o desafio dessas empresas para produzir Remineralizadores está na transformação física, para obter um material muito mais fino do que o habitualmente fornecido à construção civil. Esse material, caracterizado por essa Instrução Normativa, está na faixa de 0 e 2 mm. Para atender a esses requisitos técnicos, existem várias possibilidades de processamento, que se distinguem principalmente pelo investimento necessário, volume de produção e custos operacionais. É importante diferenciar entre o “pó” tradicionalmente utilizado na construção civil, que varia de 0 mm até 4,8 mm, e o “pó” para Remineralização, que é mais fino e requer algumas etapas de processamento antes de ser aplicado no solo.
Partindo da solução de menor investimento, indicada para demandas de produção mais baixas, pode-se atuar apenas na classificação do pó em peneiras vibratórias, fazendo o corte necessário para adequar o fluxo passante na tela da peneira à IN5. A tecnologia mais eficiente nessa etapa é a de peneiramento por alta frequência (acima de 1500 rpm) com telas de corte entre 0,8 e 1,6 mm.
A definição da abertura da tela ideal é fundamental para otimizar a capacidade de processamento e existem laboratórios com tecnologia para apoiar o produtor. Essa solução gera material retido na peneira (fração grossa), que pode ser um produto para construção civil (ex. areia grossa) ou um rejeito de processo. Também, como qualquer peneiramento, ela requer um controle da umidade do minério, que deve ser, idealmente, mantida abaixo de 2%.
Em demandas mais altas, pode ser necessário fazer a cominuição da rocha para maximizar a geração de remineralizador, o que requer o reprocessamento também da fração grossa de retorno do peneiramento. Nestes casos, pode-se associar um britador de rolos hidráulicos de alta pressão ao processo.
Conhecido como “HPGR”, o equipamento apresenta alta eficiência na produção de finos, em termos de consumo energético e de peças de desgaste, compatível também com indicadores de sustentabilidade. Em testes realizados em laboratório próprio, notou-se que o consumo de energia elétrica por tonelada processada pode chegar a 50% do consumo de um moinho de martelos convencional. Dada a tecnologia do HPGR de esmagamento do minério com alta pressão, é fundamental conhecer as características físicas do minério para validar a aplicação e prever a capacidade de processamento desta solução. A caracterização contempla dois parâmetros: o indicador “Work Index” (“Wi”) e a “abrasividade”. O Wi indica o quanto de energia o minério consumirá na sua trituração, enquanto a avaliação de abrasividade informa o quanto ele é capaz de consumir as peças de desgaste dos equipamentos. Os dois indicadores têm impacto direto no custo operacional da solução adotada. Em outras palavras, quanto maiores os indicadores físicos do minério, mais desafiadora é a rocha e maior será o custo operacional resultante.