Ao reformar um moinho, por exemplo, a mineradora vai descartar peças que podem representar um risco para a retomada da máquina e vai analisar – junto com seus provedores de serviço – a viabilidade de uso ou não de outros componentes. Mesmo os materiais descartados podem ser corretamente enviados para reuso, evitando o acúmulo de resíduos.
A reforma substitui a fabricação de um equipamento novo e de boa parte de seus componentes. Nem todas os itens podem ser reaproveitados, como é o caso das peças de desgaste, que já foram produzidas justamente para serem descartadas depois de um período de uso. Mas, mesmo elas podem ter um direcionamento por meio da coleta seletiva e reaproveitadas de alguma forma. Como a decisão pela reforma envolve aspectos econômicos e técnicos, é provável que a pressão ambiental pela economia circular ganhe mais importância e faça parte do check list dos novos processos.
Outro aspecto a ser considerado é que as peças de equipamentos pesados não são fabricadas em grande volume como acontece em outras indústrias, cujos componentes são baratos e rapidamente descartados. Um britador é diferente de um computador, então reaproveitar componentes é uma iniciativa viável. Por outro lado, nem todo componente pode ser recuperado. Muitos materiais são produzidos com ligas metálicas específicas e sua reutilização, depois de um certo tempo de vida, pode representar um risco de quebra futura, paralisando ou mesmo causando problemas ao equipamento do qual faz parte.
Componentes metálicos, por outro lado, podem ser refundidos e reaproveitados em outras indústrias, eliminando a necessidade de uso de metais primários. A maior parte dos componentes é fabricado em aço comum, similar – considerando as diferenças – à lataria dos carros convencionais. Outros são produzidos em ferro fundido, ou seja, um material ferroso, de difícil recuperação e cujo desgaste pode gerar trincas e causar problemas de operação. Mas ambos podem ser corretamente circulados, via aproveitamento interno ou envio para reciclagem.