Uma das principais ferramentas para quantificar as emissões de gases de efeito estufa, o GHG Protocol (Protocolo de gases do efeito estufa, em tradução livre) foi desenvolvido e é administrado mundialmente pelo World Resource Institute (WRI), que conta com parcerias locais. No Brasil, o representante é a Faculdade Getúlio Vargas (FGV).
Dividido em 3 escopos (1. Emissões diretas; 2. emissões indiretas do uso de energia; e 3. emissões indiretas da cadeia de suprimentos), a aplicação do GHG Protocol tem norteado companhias em todos os mercados produtivos, inclusive na mineração.
O assunto foi debatido no Seminário Internacional Metso, realizado em novembro passado em Belo Horizonte. Participante do evento, Ailana Villela, gerente geral de Suprimentos da Samarco Mineração, explica que a cadeia de suprimentos não deve se ater apenas ao escopo 3 do GHG Protocol. Para ela, a avaliação deve ocorrer também nos escopos 1 e 2, já que a área de suprimentos funciona como “uma célula que fornece toda a matéria-prima para a produção”. (veja o vídeo com o depoimento completo)
Cadeia de suprimentos em todos os escopos
Ailana avalia que, ao pensar no escopo 1, por exemplo, há o desafio de procurar alternativas que melhorem o processo e reduzam as emissões de gases de efeito estufa da própria corporação, inclusive com processos de economia circular que agregam às metas de ESG. “E isto envolve suprimento”, resume.
Já o escopo 2, relacionado às energias utilizadas nos processos de mineração, também envolve a escolha, a compra, de energia oriunda de matrizes menos poluentes e, portanto, está igualmente ligado a suprimentos. “Hoje [baseados nesse preceito de avaliar suprimentos em todos os escopos], nós compramos 100% da nossa energia de fontes renováveis certificadas”, detalha ela.
O escopo 3 é mais desafiador, segundo Ailana. Ela compara esse processo a “Entrar na casa do fornecedor, na sua cadeia de fornecimento, e entender as suas práticas".