Home Insights Blog Corporativo Entrevista SIM #2 - Ailana Vilela, Gerente Geral da Samarco Mineração
mar 20, 2024

“Cadeia de suprimentos está em todos os escopos de emissões”, defende Ailana Vilela, da Samarco

Ailana Villela, gerente geral de Suprimentos da Samarco Mineração, explica por quê a cadeia de suprimentos não deve se ater apenas ao escopo 3 do GHG Protocol

Uma das principais ferramentas para quantificar as emissões de gases de efeito estufa, o GHG Protocol (Protocolo de gases do efeito estufa, em tradução livre) foi desenvolvido e é administrado mundialmente pelo World Resource Institute (WRI), que conta com parcerias locais. No Brasil, o representante é a Faculdade Getúlio Vargas (FGV).

Dividido em 3 escopos (1. Emissões diretas; 2. emissões indiretas do uso de energia; e 3. emissões indiretas da cadeia de suprimentos), a aplicação do GHG Protocol tem norteado companhias em todos os mercados produtivos, inclusive na mineração.

O assunto foi debatido no Seminário Internacional Metso, realizado em novembro passado em Belo Horizonte. Participante do evento, Ailana Villela, gerente geral de Suprimentos da Samarco Mineração, explica que a cadeia de suprimentos não deve se ater apenas ao escopo 3 do GHG Protocol. Para ela, a avaliação deve ocorrer também nos escopos 1 e 2, já que a área de suprimentos funciona como “uma célula que fornece toda a matéria-prima para a produção”. (veja o vídeo com o depoimento completo)

Cadeia de suprimentos em todos os escopos

Ailana avalia que, ao pensar no escopo 1, por exemplo, há o desafio de procurar alternativas que melhorem o processo e reduzam as emissões de gases de efeito estufa da própria corporação, inclusive com processos de economia circular que agregam às metas de ESG. “E isto envolve suprimento”, resume.

Já o escopo 2, relacionado às energias utilizadas nos processos de mineração, também envolve a escolha, a compra, de energia oriunda de matrizes menos poluentes e, portanto, está igualmente ligado a suprimentos. “Hoje [baseados nesse preceito de avaliar suprimentos em todos os escopos], nós compramos 100% da nossa energia de fontes renováveis certificadas”, detalha ela.

O escopo 3 é mais desafiador, segundo Ailana. Ela compara esse processo a “Entrar na casa do fornecedor, na sua cadeia de fornecimento, e entender as suas práticas".

"E vou além: a gente não tem de olhar só as emissões, mas sim se o fornecedor viola algum direito humano, se recolhe os impostos e se aplica todas as boas práticas de gestão e governança”
salienta, Ailana Vilela

Ailana exemplifica que um trabalho análogo à escravidão, por exemplo, é tão mais grave do que as emissões de gases de efeito estufa. “Enfim, é preciso cuidar de toda a cadeia da sustentabilidade e entendo que nós [toda a sociedade] temos de fazer uma mudança de comportamento e implementar ações para buscar essa melhoria até 2050”, conclui.

Conheça os escopos de emissões do GHG Protocol

  • Escopo 1: emissões diretas de gases de efeito provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pela própria empresa;
  • Escopo 2: emissões indiretas de provenientes da aquisição de energia elétrica;
  • Escopo 3: emissões indiretas provenientes de fornecedores da empresa.
Veja o vídeo
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