A inteligência artificial, os equipamentos automatizados, carros autônomos, videovigilância, processos digitais, entre outras tecnologias, foram destaques no painel Resultados positivos de serviços remotos na mineração, realizado no dia 08 de novembro, com mediação de Cristian Fadic, vice presidente de Serviços da Metso Outotec no Chile.
Rayner Teixeira, coordenador de Tecnologia da Vale, destacou que tanto os serviços remotos como as novas tecnologias têm sido frequentemente adotados pelo setor de mineração para tirar o homem do campo, de atividades críticas, a fim de aumentar a segurança dos colaboradores. “Estamos nos apoiando nos centros de monitoramento, em inteligência artificial, robôs e ambientes analíticos, que nos dão respostas mais eficientes e são pontos de apoio e suporte”, afirmou. “Cada vez mais estamos trabalhando com dados que nos indicam que decisão tomar”, completou.
Os equipamentos inteligentes e carros autônomos ou teleguiados foram os destaques comentados por José Ramón Abatte, gerente Corporativo de Projetos de Tecnologia da Coldelco Chile. Para ele, o desafio é a interação operacional entre os equipamentos. Abatte também disse que, a médio prazo, deve ser comum vermos a automação dos equipamentos utilizados nos ambientes subterrâneos, comentando que o uso de novas tecnologias na área deve ser uma das grandes tendências do setor. “A partir desta consolidação, poderemos evoluir para um ambiente de analytics avançado, extraindo informações estratégicas para a tomada de decisão”, comentou.
Já Hilário Gorvenia, gerente de Planta da Nexa Resources Peru, lembrou que a pandemia da Covid-19 acelerou todo o processo de integração de novas tecnologias. “O setor de mineração está em meio ao processo de adequação das tecnologias 4.0, com o objetivo principal de extrair previsibilidade da planta fabril, com análise de viabilidade dos equipamentos e, em especial, aumento da segurança dos colaboradores. “As novas tecnologias nos permitem registrar qualquer mudança que possa afetar a segurança das pessoas, do meio ambiente ou a produtividade da empresa”, destacou.
Sustentabilidade e tecnologia vão pautar mineração em curto prazo
O professor da USP e pesquisador Giorgio de Tomi, participante brasileiro do painel Quais os maiores desafios para a mineração nos próximos 12 meses
O Fórum Sul-americano Metso Outotec, destacou o uso de novas tecnologias para supervisão remota na mineração como uma das tendências que devem permanecer no setor nos próximos 12 meses. Para ele, os centros de monitoramento remoto também ganharam força e devem ser mais adotados pelas mineradoras uma vez que mostraram sua capacidade de operação.O especialista destacou ainda que maior desafio a curto prazo é a aplicação das políticas de ESG, sigla em inglês para sustentabilidade, responsabilidade social e governança. Tomi lembrou que o tema vem sendo apontado por consultorias internacionais como o principal assunto do setor e que ele deve impactar a média e pequena mineração também. Segundo ele, a mineração precisa se alinhar com as metas para 2030 estabelecidas pela ONU para a sustentabilidade do planeta e para as ações sociais e de governança.Para Roque Benavides, presidente Executivo da Buenaventura Minería e outro participante do painel sobre futuro da mineração em 12 meses, a hora digital “se adiantou no mundo” e a mineração precisou adotar novas tecnologias para gerenciar as restrições de acesso. Elas também, na opinião dele, agregaram segurança, reforçando os protocolos estabelecidos para combater a Covid-19. A ameaça da pandemia igualmente reforçou a necessidade de adoção do ESG segundo o especialista. Para Joaquín Villarino, presidente Executivo do Conselho Mineiro do Chile, o segmento adaptou-se bem ao cenário de restrições e não paralisou projetos, apesar da postergações de várias iniciativas.