Por isso o Fórum Sul-Americano Metso Outotec organizou um aprofundado debate sobre esta questão no painel Upgrades: a importância de manter seus equipamentos atualizados, que teve a participação de Marcos Thesa, gerente de manutenção de plantas de cátodos da Minera Centinela, do Chile; Eric Ruiz, gerente de otimização e desenvolvimento de processos da mineradora Las Bambas, do Peru; e Vinícius Souza, especialista em gestão de ativos da Metso Outotec Brasil.
O tema é um território cheio de complexidades e particularidades, como demonstrou Vinícius Souza em sua intervenção. “O primeiro a se fazer é uma avaliação muito criteriosa das condições econômicas e técnicas do projeto. Deve-se definir um caminho a seguir. Se quem faz o upgrade é o OEM responsável, ao final o cliente tem um equipamento praticamente novo, com garantias semelhantes. No aspecto técnico, as variáveis são muitas, como a estrutura, a eletromecânica, automação e segurança. Os requisitos de segurança de hoje não são os mesmos de dez anos atrás. É possível colocar os elementos de segurança atuais em um equipamento com dez anos de uso?”, explicou.
Segundo ele, depois de uma primeira avaliação técnica, pode-se saber o que é possível fazer com o volume financeiro disponível. “Só então somos capazes de equilibrar os fatores técnicos e econômicos para satisfazer o drive de expectativa do projeto. Também pode acontecer que um equipamento tenha que estar em operação em um prazo de 45 dias e o prazo da entrega de um novo seja de 180 dias, digamos. Vencida a etapa técnica, neste caso a decisão poderá ser pelo upgrade. Cada caso sempre será particular”, ensinou o especialista da Metso Outotec.
Para Thesa, este tema se relaciona também com a questão da disponibilidade de mão de obra qualificada, em caso de se optar pelo upgrade. “Se você quer aumentar a confiabilidade tem que ver se a utilização da planta está de acordo, e se o coeficiente de produção está bem. Talvez aí haja uma oportunidade. Por outro lado, deve-se ver a obsolescência à qual está disposto a se arriscar. Por fim, um aspecto implicado na decisão de manter um ativo antigo é a mão de obra qualificada para dar manutenção. Hoje essa mão de obra é considerada escassa, sobretudo no Chile”, afirmou.
Eric Ruiz afirmou que os recursos de automação podem ser úteis na atualização de sistemas, mas às vezes podem encontrar limitações técnicas para se adaptar ao ativo existente. “Não necessariamente você pode automatizar todo um sistema para monitoramento. Poderia administrar as falhas repetidas a fim de controlá-las, por exemplo, e garantir maior confiabilidade ao equipamento. No Peru, há plantas que têm muitos anos de operação, elas podem receber novas tecnologias, mas de forma modular. É mais complexo agregar a elas os processos de automação. Assim chegamos à questão de custo benefício, e dos objetivos e a realidade geral da empresa. É interessante como a mineração está sob uma transição digital muito agressiva, com processos que nos vão permitir melhorá-la muito mais rápido”, concluiu.