O Brasil tem 5.474 barragens que devem ser obrigatoriamente monitoradas pelo Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB). Desse total, apenas 8% são sistemas de contenção de rejeitos em mineração. Apesar da participação pequena, as instalações minerais são alvo de mudança no setor, com adoção de tecnologias que reduzem o uso da água no processamento. A Metso participa desta iniciativa, com foco no desaguamento de rejeitos.
Saiba porque o desaguamento de rejeitos é o foco da Metso como solução de filtragem
As opções devem ser pensadas caso a caso, uma vez que os projetos devem considerar a diluição dos investimentos, questões de segurança operacional e requisitos ambientais. A recomendação é levantar os requisitos da planta e, principalmente, executar uma bateria de testes com o minério processado. O cruzamento de informações permitirá comparar os custos de investimento e de operação com a umidade final. Fatores como os custos de compactação, desaguamento e geotecnia devem ser altamente considerados no processo.
Solução demanda estudo personalizado
De modo geral, existem duas principais tecnologias de filtragem: filtros a vácuo, que podem ser divididos em filtros esteira e disco (estes últimos, subdivididos em filtros cerâmicos e tradicionais), e filtros a pressão, sendo o mais tradicional, o filtro prensa com membrana. “De forma geral, filtros à vácuo possuem menor valores de Capex e Opex, porém em contrapartida são indicados para materiais em geral mais grosseiros, sendo os filtros prensa com membrana a melhor tecnologia para materiais mais finos, como são a maior parte dos rejeitos gerados na mineração”, detalha Rafael Zica, especialista em filtragem da Metso. “Um ponto também relevante ao comparamos as tecnologias à vácuo, especialmente filtros de disco cerâmico x filtros de disco convencionais, é a expressiiva economia de energia com a opção cerâmica, fator bastante relevante em um mundo cada vez mais preocupado com a eficiência enérgetica e economia de recursos naturais”.
No caso de novos projetos de mineração, a restrição de criação de barragens de rejeitos tem sido mandatória na definição de projetos que consideram o ciclo integral da planta. Em plantas já existentes, a gestão de resíduos pode reduzir significativamente as barragens. Com isso, as mineradoras ganham margem para negociar a ampliação de vida útil desse tipo de instalação, ao mesmo tempo em que atendem as normas de segurança atuais.
Parceria com Fundação Gorceix
Na Metso, a indicação do sistema mais adequado de gestão de rejeitos envolve testes de filtragem e espessamento, combinados com a caracterização do rejeito produzido, assim como os objetivos da mineradora em termos de gestão. Essas etapas são realizadas em parceria com o Fundação Gorceix, em Ouro Preto, instituição de referência e que trabalha com a Metso, nessa área, há quase 20 anos.
Com as informações em mão, a orientação de Eron Lage é realizar uma modelagem financeira para a tomada de decisão. Os custos de investimento inicial devem ser avaliados pelos resultados consistentes que a tecnologia escolhida vai entregar. “O maior erro das escolhas atuais é avaliar a solução apenas pelo CAPEX e desconsiderar ganhos em toda a planta”, argumenta.
Equipamentos têm manutenção rápida, mantendo disponibilidade da planta
O know how acumulado da Metso também avançou na especificação dos equipamentos usados na filtragem. É possível dimensioná-la com o maior ganho em eficiência energética e com menor investimento. Eron reforça que “Possuímos hoje dentro da Metso todo o conhecimento e legado da LAROX, empresa referência a nível mundial no mercado de fitlragem.
As opções de equipamentos da companhia variam e incluem os filtros à disco cerâmicos, que operam com vácuo e têm funcionamento contínuo com alto rendimento e excelente aproveitamento do vácuo. As placas geralmente recebem lavagens regenerativas a cada 12 horas, e apresentam uma vida útil de cerca de dois anos. São filtros de alta disponibilidade, baixo consumo energético e que produzem um filtrado mais cristalino.
Outro equipamento é o filtro de abertura rápida Filtro Prensa LAROX FPP, com evoluções tecnológicas recentes e que vem sendo aplicado em operações mais robustas, para materiais muito abrasivos e finos. São equipamentos com até 120 placas, mas de fácil processo de manutenção, uma vez que são que os tecidos filtrantes não são fixados nas placas, e sim montados em jogos tipo cabide, que tem tempos de troca altamente reduzidos, aumentando a disponibilidade da planta, e principalmente preservam a segurança dos operadores já que não é necessário que entrem dentro das placas do equipamento.
Os pacotes de serviços complementam a oferta de equipamentos e podem ter várias configurações. É possível, por exemplo, incluir o trabalho direto com os engenheiros de manutenção das plantas de filtragem para analisar o desempenho das unidades e prever melhorias, além de avaliar intervenções futuras. O monitoramento pode ser feito de forma remota, com o envio de dados em tempo real da filtragem para um especialista da Metso.
Outra possibilidade é o suporte nas paradas programadas, desde a fase de planejamento ou mesmo executando diretamente as atividades em vários níveis de participação. Há ainda pacotes de suporte para garantir a efetividade de utilização dos recursos de filtragem, incluindo gestão de qualidade e assistência técnica durante a parada. A solução completa envolve todas as etapas, do planejamento à efetiva execução da manutenção durante a parada programada.
“A Metso está preparada para atender o mercado com uma solução completa, independentemente da tecnologia de filtragem escolhida”, explica Eron Lage. “Nós temos know how para avaliar as possibilidades e apontar qual será a melhor escolha, mesmo porque trabalhamos com um grande portfolio de tecnologia e temos um histórico mundial de aplicações”, finaliza.