Testes não-destrutivos descartaram existência de trincas
Depois de 30 anos de operação, a face desgastada da engrenagem foi cuidadosamente desmontada em duas etapas. A primeira parte foi retirada e passou por uma limpeza manual criteriosa com escova rotativa, com a retirada de toda pintura, deixando a peça “no aço” para a avaliação dos ensaios não-destrutivos de líquido penetrante, partículas magnéticas e ultrassom. O principal objetivo era a identificação de trincas, o que não seria impossível depois de três décadas submetida a vibrações e a temperaturas elevadas durante 24 horas. Realizada essa fase, a metade avaliada da engrenagem foi recolocada e o moinho foi girado para permitir a repetição da operação com a outra metade.
Parece simples, mas é preciso lembrar que as duas metades devem estar unidas e centralizadas com nível de precisão milimétrica. A união da peça bipartida é avaliada de várias maneiras, inclusive com uso de dispositivos como o especímetro para medir o espaçamento em nível de centenas de milímetros entre as partes. Uma régua de luz foi usada para analisar se o paralelismo das duas peças estava dentro do padrão. O próximo passo é o alinhamento, seguido dos testes para a verificação do compasso entre o deslocamento normal do equipamento e o da engrenagem.
Pense no alinhamento da engrenagem aos acoplamentos do moinho como um alinhamento das rodas de um carro comum. A dinâmica é a mesma, mas a complexidade é bem maior. Depois de concluída a inversão e a junção das peças, faz-se o alinhamento do eixo pinhão com a engrenagem e, dessa, com o moinho. E, é claro, de todo o conjunto. Detalhes contam e muito: o eixo pinhão precisa estar devidamente alinhado aos acoplamentos do redutor e os acoplamentos do redutor auxiliar precisam ser precisamente alinhados ao motor.