Marcos Theza: Agradeço muito a oportunidade. Primeiramente, é preciso entender que a mineração é um negócio, por isso, é preciso analisar o custo-benefício de renovar um equipamento ou fazer ajustes. Nisso, há alguns fatores que devem ser considerados: o tempo de resposta de um equipamento antigo, a confiabilidade que se espera desse equipamento. Além disso, qual a estratégia e a situação dessa empresa de mineração em específico.
Por exemplo, o cátodo no Chile, de 2003 a 2020, teve uma variação em sua produção total entre 1,7 milhão em 2003 e 1,5 milhão agora. Tudo isso em cátodos. Portanto, nesse setor, é preciso analisar bem se a estratégia de renovar um equipamento se pagará. Ou seja, conforme os lucros que se tem com o negócio. Logo, é uma questão estratégica.
Por outro lado, se quiser aumentar a confiabilidade, é preciso saber se o uso dessa planta está prejudicado pelos coeficientes de eficiência. Porque pode haver aí uma oportunidade. Também é preciso considerar a obsolescência, o quanto se está disposto a arriscar, pois com isso se assume um risco.
Por fim, há um aspecto que implica manter um ativo antigo: a mão de obra qualificada para poder fazer a manutenção. Há variações entre um equipamento novo e um antigo, porém, também devemos considerar esse como um recurso escasso, complexo no mundo atual, especialmente no Chile.
Eric Ruiz: Acredito que depende muito da necessidade da empresa, do objetivo e do tipo de processo. Muitas vezes, fazer um upgrade de um equipamento antigo não nos dá a garantia de que o equipamento terá uma vida útil maior ou que será mais eficiente. É preciso avaliar outros detalhes sumamente importantes e estar bem alinhado aos objetivos da empresa, bem como avaliar o custo-benefício.
Está claro que hoje os equipamentos novos têm maior tecnologia e, portanto, são mais eficientes em termos de energia e produção. Então, a pergunta seria: quando for preciso fazer um upgrade, ele é realmente necessário? Vale considerar outras variáveis, como o tempo de execução do equipamento, a disponibilidade, o uso, bem como revisar com mais atenção o benchmarking antes de decidir por uma mudança completa ou pelo upgrade.
Vinícius Souza: Quando falamos em aquisição de novos equipamentos ou na renovação de um ativo existente, é necessário fazer uma avaliação muito criteriosa dos aspectos técnicos e econômicos do projeto. Portanto, sempre que a reforma é feita por uma empresa de tecnologia ou fabricante do equipamento, dá mais clareza e tranquilidade para definir qual decisão tomar. Quando esse tipo de reforma ou retrofit de equipamentos é realizado junto ao fabricante, o resultado é um equipamento praticamente novo, com garantias muito semelhantes às do equipamento novo.
No entanto, é muito importante avaliar a condição econômica do projeto em relação às expectativas técnicas e associadas do próprio projeto. Qual a real necessidade do projeto? O prazo de entrega? O prazo de entrega? Como concatenar isso?
Ao ter uma solução com prazo de entrega e volume financeiro a ser gasto na aquisição de novos equipamentos, você também terá, em outra frente, algo que mostra que é tecnicamente possível renovar e qual será o volume financeiro. Equalizar isso por meio da análise de compensação, avaliada em relação às expectativas do projeto, irá defini-lo. Ou seja, é possível e necessário fazer a avaliação, mas todos os casos devem ser avaliados em todos os projetos para dar clareza no cumprimento dos objetivos do projeto.
Basicamente, é isso. Quanto aos fatores diretos que afetam essa situação, eles estão diretamente relacionados ao estado técnico do equipamento. É necessário avaliar as condições estruturais, eletromecânicas, de automação e segurança. Isso ocorre porque os requisitos de segurança de 10 anos atrás não são mais os mesmos de hoje. Hoje, as exigências são diferentes. É possível impor as demandas atuais a esse time antigo?
Esta é uma pergunta que deve ser feita em todos os momentos ao interpretar a análise técnica. Após a etapa técnica, é possível ter um escopo definido do que precisa ser feito para implementar a reforma e, consequentemente, com esse valor financeiro em mãos, é possível compará-lo com a entrega de novos equipamentos. Com isso, somando os dois, é possível concatenar as informações de forma que mostre claramente os prós e contras, as vantagens e desvantagens, o equilíbrio financeiro e o impulso das expectativas do projeto. Por exemplo, se temos um equipamento novo cujo prazo de entrega é de 180 dias, e as demandas do projeto, da operação, da produção, do mercado, tornam necessário ter um equipamento com essa nova capacidade ou condição em 45 dias, e é possível fazer todo esse trabalho através de uma reforma em 45 dias, naturalmente, a decisão não passará apenas pelo crivo econômico, pois o técnico já foi superado.
Ambos podem entregar, mas agora não é mais econômico. Vamos passar para o aspecto de execução, qual é o prazo de entrega. Em suma, tudo isso colaborará para a tomada de decisões e clareza para avançar no projeto.