Com mediação do vice-presidente da Minerals do Peru, Fernando Samanez, o debate teve a participação da Embaixadora da Finlândia no Chile, Eija Rotinen; Ronald Díaz, vice-presidente de operações da Gold Fields no Peru; e Rolf Fuchs, presidente da Integratio no Brasil.
Especialista em mediação das relações entre empresas mineradoras e comunidades locais, Rolf Fuchs notou que já não há forma de evitar uma profunda transformação nos padrões da mineração. “Os dois lamentáveis episódios recentes mostraram que o setor tem que mudar sua atitude. O setor compreendeu isso. Não é por acaso que há cinco anos uma consultoria internacional aponta a gestão socioambiental como a maior preocupação dos 500 principais executivos do setor. Aqueles que não se adaptarem perderão dinheiro, ou mesmo suas empresas. O processo será longo, porque há empresas de todos os portes, mas certamente acontecerá”, afirmou o especialista.
Com uma visão abrangente a respeito dos processos produtivos na mineração, a Embaixadora Eija Rotinen informou que na Finlândia vêm surgindo mais e mais soluções inovadoras para dar sustentabilidade ao setor de mineração. Por exemplo, o projeto que uma empresa de seu país realiza atualmente com a Vale para monitoramento da água em tempo real nas minas e plantas. “Trata-se de um projeto originado no ambiente universitário, para eliminar os contaminantes através de um monitoramento simultâneo de múltiplos metais nas águas residuais do processo minerador, o que facilita a redução dos impactos ambientais das empresas do setor”.
A Embaixadora também fez menção às diferentes práticas de digitalização e automação da atividade mineradora, que se tornaram uma prioridade absoluta para as mineradoras. Segundo ela, a instalação de redes privadas de telecomunicação em minas em todo o planeta está permitindo graus mais avançados de controle e gestão de dados. Um dos impactos imediatamente positivos deste novo modo de trabalhar é na gestão da energia. Para o representante da Gold Fields, a automação é crucial para que sua empresa possa apresentar os bons resultados em eficiência energética que já obteve. “No processo de distribuição da eficiência energética ao longo do processo, a instrumentação associada é o que nos permite ter o resultado. Se não medirmos os kilowatts por tonelada, por exemplo, não há como otimizar”, disse Ronald Díaz, VP de operações da Gold Fields no Peru.
Díaz também lembrou que da parte da indústria provedora de soluções para a mineração chegam importantes contribuições. “Quando se trocam materiais dos moinhos, tirando aço e escolhendo alternativas, a indústria reduz o peso dos moinhos e isso ajuda na eficiência energética”, disse.