A Mineração Caraíba contratou a Metso Outotec para realizar a troca dos corpos de seus dois moinhos na planta de processamento localizada na cidade de Jaguarari, norte da Bahia. O serviço de campo tinha o desafio de ser realizado em duas etapas – um equipamento por vez – para manter a capacidade de produção de concentrado de cobre em pelo menos 50% durante os dois meses previstos de intervenção em cada moinho. A operação envolveu a desmontagem e montagem individual deles, com a movimentação de peças pesadas em locais com restrição de espaço. E sem nenhum registro de acidentes.
A decisão de reformar os dois moinhos foi conjunta - partiu da Ero Copper Corporation, empresa canadense controladora da Mineração Caraíba, e da própria equipe local – depois de uma consultoria internacional da Metso Outotec que avaliou a criticidade de processos de reparos sucessivos nos dois moinhos. Ambos estavam ativos há cerca de 40 anos e fazem parte de um conjunto inicial de quatro moinhos, dos quais dois foram desativados depois do encerramento da mina a céu aberto e vendidos a outras mineradoras. Hoje, a dupla de equipamentos processa o minério extraído da mina subterrânea, que tem uma extensão de 148 km de galerias e quase 1,5 km de profundidade.
O serviço
O serviço de campo aconteceu em duas etapas, iniciando-se com a troca dos corpos no moinho 4 em 45 dias. Com a experiência da primeira intervenção, a área de serviços manteve a data de 60 dias para a troca do corpo do moinho 3, mas aperfeiçoou os procedimentos, inclusive para alinhar a logística de entrega de peças compradas diretamente pelo cliente. Além de realizar os serviços dentro do cronograma, a equipe da Metso Outotec manteve os cuidados de segurança: movimentação de peças pesadas com uso de guindastes e plano de rigging (movimentação desse equipamento), também organizadas pelo cliente.
O içamento das peças foi supervisionado pela Metso Outotec para evitar danos aos componentes, uma vez que partes do equipamento como as tampas foram reutilizadas. A desmontagem tinha uma lógica, iniciando com a retirada das peças nas extremidades, caso das tampas, e seguindo com a retirada de secção por secção do corpo dos moinhos. Na montagem das novas secções, o processo foi inverso. Os estudos de topografia da planta, anteriores à execução da troca das secções, foram um dos recursos para garantir que a montagem dos moinhos acontecesse exatamente nos seus locais originais e sem intervir no fluxo da planta. A usinagem em campo também ocorreu de forma paralela, sendo uma iniciativa que ajudou a manter o cronograma em dia.
“Tivemos um trabalho de equipe bastante afinado, com reuniões diárias envolvendo os profissionais da Metso Outotec e contratados”, explica Saulo Batista, coordenador de Serviços da área de Serviços de Campo da Metso Outotec. “De acordo com ele, a participação coletiva na tomada de decisões ajudou a definir subentregas dentro do escopo do serviço de campo. “Compartilhar os desafios permitiu que os profissionais desenvolvessem um sentimento de serem também “donos” das subentregas em cada etapa”, complementa. Batista lembra que aproximadamente 60 profissionais participaram do projeto, sendo 70% deles do quadro direto da Metso Outotec. O senso de equipe também ajudou, segundo ele, a realizar intervenções não previstas de forma ágil, caso da manutenção do motor de um dos moinhos.